"Vejo nas entrelinhas tudo aquilo que não é nada. Procuro sentir o sublime entre as crianças. A narrativa sublime é como uma música que preenche o ambiente e depois desaparece. Poderíamos até concluir que a atividade para a oficina de arte é “apenas” um pretexto para o surgimento de novas relações e a expressão livre de nossos sentimentos. No entanto, ao mesmo tempo, as crianças estão ocupadas, usando as mãos. Os materiais que são sentidos, tocados e manuseados não criam, necessariamente, uma “obra de arte” visível, mas “algo” próprio, que está além disso. Como adultos, precisamos melhorar nossa capacidade de ouvir. Ouse ouvir. Ouse sentir o que é sublime, o que vai além dos limites.
Gosto de estar no campo do desconhecido e imprevisível com as crianças. Muito daquilo que considero artístico e criativo é o que geralmente se considera "bagunça", e acaba sendo recolhido e jogado fora pelos adultos. A narrativa sublime é varrida junto com o original, o diferente, o vivo e o não adestrado. É aí que estão as energias e os valores artísticos, tudo o que as crianças inventam e as relações que estabelecem paralelamente às atividades de arte desenvolvidas. O sublime é isso."
Anna Marie Holm, em Baby-Art - os primeiros passos com a arte.
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