Abaixo os músculos concluídos.

Começando a pintar os cabelos.

Diminuindo a altura dos cabelos.

Ainda na parte dos cabelos e do rosto.

E, finalmente, a tela concluída.
Do início para o final modifiquei a forma do rosto, a altura do cabelo e sua posição, os olhos, a boca e a cor da pele. É interessante ver como a obra jamais é hermética, jamais é "autossuficiente". Ela precisa do artista da mesma forma que este precisa da mesma.
Cada vez mais percebo que ao começar um trabalho, sempre o imagino de uma forma que ele jamais possui ao estar concluído. E durante todo o seu processo de feitura, o melhor de tudo e o diálogo que se estabelece entre mim e o suporte - seja ele papel, tela, cera, metal, ou o que quer que seja. No momento em que ele recebe a primeira manifestação do que outrora estava apenas no meu "mundo das ideias", como o primeiro traço ou a primeira pincelada, vai aos poucos ganhando corpo, ganhando vida, e, quando percebo, a obra controla mais o processo do que eu. Ela não pede, ordena; eu não nego, apenas faço.
Esse diálogo, essa conversa nem sempre amigável - muitas vezes uma briga -, é simplesmente inexplicável e misteriosamente viciante. E o melhor de tudo é que é muito bom estar cada vez mais dependente disso...
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