quinta-feira, 31 de março de 2011

Em processo: Natureza Íntima 3 (Parte 2)

Continuando a postagem anterior, as etapas finais do processo de um dos lados do díptico Natureza Íntima 3.

Aqui a primeira camada de tinta sobre os músculos do rosto, ainda bem diluída, quase translúcida.



A segunda camada de vermelho sobre os músculos.



Os músculos finalizados, depois de ter chegado a um tom mais carmim, um pouco mais escuro.



Aqui o início da pintura do cabelo. Comecei com um tom bem mais claro para chegar em um tom quase preto. Parece desnecessário, mas essa sobreposição de cores da uma vida maior para a tela em seu resultado final.



E, concluindo, o resultado final.



Aqui se percebe claramente a transição da luz passando do mais claro para o mais escuro, que por sua vez se mistura com o tom escuro do cabelo. O tom dos olhos, bem como os cílios e sobrancelha foram ainda melhorados, e o cabelo, por conta da camada de tinta anterior, ficou com um brilho diferente do branco.

Em breve postarei a segunda parte do díptico.
Abraços.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Tabebuia impetiginosa

Ilustração científica da espécie Tabebuia impetiginosa, popularmente conhecida como ipê rosa.

O primeiro esboço no caderno de campo foi para ter uma visão geral da árvore em que se encontra a flor, que era o foco principal da ilustração. Nele coloquei algumas anotações descrevendo características do caule, dos galhos e das folhas.


Já aqui, um sketch rápido feito observando a flor retirada da árvore. O desenho não pôde durar mais que 20 minutos, pois fora da árvore ela murcha em um piscar de olhos.


O resultado final foi um trabalho bem delicado, em que as pétalas da flor, por serem de um tom de rosa claro, ficaram com um tom cinza pouco saturado, sugerindo uma aparência aveludada que pode ser observada na flor ao vivo. E abaixo, um desenho menor da árvore e um detalhe de suas folhas, para caracterizar melhor a espécie.

"Tabebuia impetiginosa", grafite sobre
papel Lavis Technique, 297x420 mm, 2010.

terça-feira, 29 de março de 2011

Estudando e experimentando

"Sem título", grafite e caneta colorida
sobre Moleskine, 2011.

Sempre experimentando, esse desenho foi mais um que testei algo um pouco diferente do que costumo fazer: colocar mais cor no fundo.

Tentei fazer o background menos chapado para ter uma ideia de como isto poderia ficar em uma pintura, já que, de certo modo, é o objetivo final da série.

Assim, o caderninho vai ficando com vários estilos diferentes de traço, de linhas, de formas e cores, além, claro, de muitas anotações. Em breve - como sempre - colocarei mais estudos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Anoitecendo

Fim de tarde especial, por do sol magnífico!


Esse é um daqueles momentos em que o registro fotográfico ajuda a lembrar, mas que é apenas um coadjuvante na memória. Somente a lembrança e capaz de trazer o verdadeiro sentimento bucólico de estar em contato com a natureza e de sentir a presença de tudo que é superior a nós.


Como geralmente os sentimentos não se explicam - ou se explicam muito mal - por palavras, ficam as imagens para desejar a todos uma semana mais serena e harmoniosa.


Grande abraço, e carpe diem...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pensamento da semana

"Um dos momentos mais gratificantes da vida ocorre naquela fração de segundo em que aquilo que nos é familiar assume, de repente, a aura estonteante do que é profundamente novo (...). Estes instantes de iluminação são demasiadamente infrequentes, mais incomuns do que comuns; a maior parte do tempo permanecemos imersos no que é mundano e trivial. Aí vem a surpresa: o que parece mundano e trivial é a própria essência das descobertas. A única diferença é a nossa perspectiva, nossa disposição de colocar as peças de maneira diferente e ver configurações onde, um momento antes, víamos somente sombras."

Edward B. Lindaman, em Thinking in future tense.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Em processo: Natureza Íntima 3 (Parte 1)

Processo de pintura da terceira tela da série Natureza Íntima.

Nesse caso, trata-se de um díptico, ou seja, duas telas que se complementam formando um só trabalho. Por isso, farei como venho fazendo já a algum tempo aqui no blog, colocando o processo detalhado em várias partes, mas, nesse caso, colocando uma tela de cada vez.

No final, colocarei as duas uma ao lado da outra para melhor visualização do trabalho como um todo.

Pois bem, comecemos do princípio: o desenho já transferido para a tela.



Nesta etapa, o início da pintura da pele e o fundo já pintado de vermelho com uma leve transição de um tom mais claro para um mais escuro da direita para a esquerda, que será percebido melhor com as duas telas em conjunto.



O corpo já pintado, mas ainda não finalizado, juntamente com o começo da pintura do rosto.



Aqui o rosto em um estágio já mais avançado, com uma primeira camada de tinta na região dos olhos e na do nariz.



E, para finalizar o post, o rosto um pouco mais completo, com o osso do maxilar pintado e o início da pintura dos músculos faciais. A região mais escura do corpo e do rosto também foram reforçadas, deixando um tom que se aproximará da cor do cabelo.



A região do cabelo na parte inferior estava com alguns testes de cores, mas nada que influenciasse o resultado final, pois eu já previa um tom escuro para ele.

Gostaria de reforçar que qualquer comentário sobre os trabalhos postados como processo, que são mostrados em várias etapas, são muito bem vindos. Quando compartilho o passo-a-passo da produção, muitas vezes ainda estou fazendo o trabalho e sugestões sobre algum detalhe como cor da pele, posição de um músculo ou movimento do modelo representado, por exemplo, podem me fazer enxergar o trabalho de outra maneira. Logo, quando exponho os trabalhos dessa forma, posso ainda mudá-lo, pois o olhar do observador é diferente do olhar do artista, e isto é algo de extrema relevância.

Até breve.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Degenerebe Camargo

Mais uma ilustração da série de zumbis famosos espalhados por aí...

"Degenerebe Camargo", aquarela e nanquim
sobre papel Canson, 2011.

"Gente, mas como ela é linda! Linda de viver...
Não é uma gracinha?"

Alguém se habilita a dar um selinho?

sábado, 19 de março de 2011

Sketch coletivo

Seguindo aquela ideia de andar com um caderno de desenho para usá-lo onde eu estiver, já comentada na postagem "Para não parar de desenhar", aproveitei para usá-lo em uma comemoração muito especial: a aprovação de minha amiga Karine na residência em enfermagem.


Na verdade, alguns dias atrás eu refletia sobre a vida e percebi que eu nunca tinha desenhado bêbado... Fiquei imaginando como seria e resolvi fazer essa experiência não apenas comigo, mas com a macacada toda. Foi muito engraçado!

É lógico que quando expus a ideia a primeira reação foi a que eu esperava: "mas eu não sei desenhar...". Isso é o que todas as pessoas que não tem a prática frequente do desenho dizem quando se deparam com uma situação de ter que rabiscar uma folha de papel.

Mas, também, baseado em um livro que li recentemente que fala da importância do desenho na vida das pessoas, eu disse apenas que eles se sentissem livres para fazer o que quisessem da maneira que sentissem vontade, sem medo de errar, porque ali o erro simplesmente não existia. E complementei dizendo uma das frases deste livro que achei fantástica: para a criança, desenhar bem não é - como a maioria dos adultos erroneamente pensam - desenhar bonito, e sim, desenhar algo que as façam felizes.

O resultado foi essas duas páginas abertas. Nesta aqui abaixo, nem o rótulo da cerveja escapou...


É uma pena que, ao crescer, perdemos a capacidade que tínhamos de ver o mundo. Creio que um dos maiores erros do ser humano é achar que para ser adulto é preciso eliminar a criança existente em cada um de nós.

Por isso, para voltar a ser criança mesmo em um lugar de gente grande, já tomei nota: não esquecer de levar a lapiseira e o caderninho...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Zumbílvio Santos

Ilustração infame para iniciar bem o fim de semana...

"Zumbílvio Santos", aquarela e nanquim
sobre papel Canson, 2011.

– Maestaum, qual é a musicam?
– "A pipa do vovô não sobe mais".
– No durum?
– ... ¬¬ ...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Pensamento da semana

"Muitas vezes as crianças abandonam o desenho como atividade artística e expressiva por outro motivo que, infelizmente é bastante frequente. Certas pessoas inconsequentes fazem, às vezes, observações sarcásticas e pejorativas a respeito dos desenhos infantis. A pessoa inconsequente pode ser uma professora, um pai, outra criança, ou, talvez, um irmão ou irmã mais velha a quem a criança admira. Muitos adultos já me contaram suas lembranças, dolorosamente claras, de terem tido seus desenhos ridicularizados por alguém. A parte triste de tudo isto é que as crianças quase sempre culpam seu desenho pela dor sofrida, em vez de culparem o crítico leviano. Consequentemente, para se protegerem de críticas semelhantes, as crianças reagem defensivamente, o que é compreensível: raramente tentam desenhar de novo."

Betty Edwards, em Desenhando com o lado direito do cérebro.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Metamorfose ambulante

Mais uma vez o blog está de cara nova!

Pensando sempre em fazer algo melhor tanto para mim quanto para quem visita este recinto, além das postagens com maior frequência, agora todas as redes sociais ou sites dos quais eu faço parte estão acessíveis diretamente do blog. Logo na parte superior da página um menu indica as seguintes opções:

Flickr
: é um site de hospedagem e partilha de imagens caracterizado também como rede social. Lá compartilho alguns dos trabalhos postados aqui no blog, além de alguns outros como os sketches que estão apenas por lá;

You Tube
: aqui é possível assistir sempre um novo vídeo de arte, cultura, entretenimento ou diversão através do meu canal no You Tube;

4shared: aqui é possível escutar ou baixar os sets e mixagens de música eletrônica feitas por mim diretamente do blog;

Facebook
: para ver atualizações ou para quem quiser entrar em contato pelo site de relacionamento;

Skoob
: é uma rede social para quem gosta de ler. É um local para conhecer novos autores e livros, bem como comentar, criticar e compartilhar suas leituras. É uma ótima forma de incentivar a leitura, independente do que seja lido;

Lattes: para ver o currículo e as atividades acadêmicas na base de dados de currículos, instituições e grupos de pesquisa das áreas de Ciência e Tecnologia;

Contato
: para saber mais sobre algum trabalho, serviços ou fazer algum orçamento.

Além disso, em cada uma das áreas há o endereço para ir diretamente para o site a que faz referência, caso seja preciso.
Espero sempre encontrá-los por aqui através de comentários, sugestões, perguntas, críticas ou de qualquer outra forma. E em breve tem mais novidades, é só acompanhar.

Um grande abraço a todos e até a próxima.

terça-feira, 15 de março de 2011

Em processo: Natureza Íntima 2 (Parte 2)

Continuando a postagem sobre o processo da segunda tela da série Natureza Íntima.

Abaixo os músculos concluídos.



Começando a pintar os cabelos.



Diminuindo a altura dos cabelos.



Ainda na parte dos cabelos e do rosto.



E, finalmente, a tela concluída.
Do início para o final modifiquei a forma do rosto, a altura do cabelo e sua posição, os olhos, a boca e a cor da pele. É interessante ver como a obra jamais é hermética, jamais é "autossuficiente". Ela precisa do artista da mesma forma que este precisa da mesma.

Natureza Íntima 2. Óleo sobre tela, 54x64 cm, 2011.

Cada vez mais percebo que ao começar um trabalho, sempre o imagino de uma forma que ele jamais possui ao estar concluído. E durante todo o seu processo de feitura, o melhor de tudo e o diálogo que se estabelece entre mim e o suporte - seja ele papel, tela, cera, metal, ou o que quer que seja. No momento em que ele recebe a primeira manifestação do que outrora estava apenas no meu "mundo das ideias", como o primeiro traço ou a primeira pincelada, vai aos poucos ganhando corpo, ganhando vida, e, quando percebo, a obra controla mais o processo do que eu. Ela não pede, ordena; eu não nego, apenas faço.

Esse diálogo, essa conversa nem sempre amigável - muitas vezes uma briga -, é simplesmente inexplicável e misteriosamente viciante. E o melhor de tudo é que é muito bom estar cada vez mais dependente disso...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Reciclando

Bom, se a ideia do momento é reciclar e/ou reaproveitar as coisas, resolvi fazer uma boa ação para o planeta.

Na verdade, eu já havia feito isso com a escultura Sopro Divino, já postada aqui no blog, em que boa parte da sucata utilizada foi encontrada no lixo. Tudo bem que virei motivo de piada entre os amigos que queriam me empurrar tudo o que é lixo que eles encontravam pela rua, mas foi uma experiência muito boa.

O mais interessante de se partir de uma estrutura diferente que é o oposto do que estamos acostumados, diferente do fundo branco do papel ou da tela, é conseguir aliar a sua proposta com algo que já existe. Neste caso, uma embalagem de um presente que recebi em janeiro com o fundo vermelho com manchas pretas foi o background ideal para o tipo de trabalho que venho desenvolvendo.

Mesmo sendo um desenho mais esboçado, o pano de fundo que remete às vísceras (e essa é apenas uma interpretação pessoal) me chamou atenção e eu não queria deixar de (re)aproveitá-lo.

"Sem título", carvão, pastel e sanguínea
sobre papel de presente, 2011.

Na visão do professor de ilustração científica que tive, Marcos Antônio, "a economia é a base da porcaria!". E de fato, o material usado deve ser sempre de qualidade, pois nunca se sabe quando um trabalho iniciado sem grandes expectativas pode virar uma obra de arte. Mas como a proposta aqui é outra, não me preocupei com a durabilidade do material e, tão pouco, com o seu resultado como uma obra artística. A ideia era experimentar e deixar a imaginação viajar sem a preocupação que muitas vezes atrapalham as pessoas que desenham ou que tentam desenhar: a de fazer algo que agrade aos outros.

"Sem título", carvão, pastel e sanguínea
sobre papel de presente, 2011.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pensamento da semana

"Quando o artista está vivo em qualquer pessoa, qualquer que seja o seu tipo de trabalho, ela se torna uma criatura inventiva, pesquisadora, ousada e expressiva. Torna-se interessante aos olhos das outras pessoas. Perturba, agita, esclarece e abre caminho para uma melhor compreensão. Quando aqueles que não são artistas estão procurando fechar o livro, ele abre e mostra que ainda há um grande número de páginas possíveis."

Robert Henri, em The Art Spirit.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras de domínio e ordem

"Palavras de domínio e ordem", aquarela e caneta colorida sobre página de livro.

Mais uma ilustração em página de livro.

As aulas de história, depois das de arte, eram as minhas favoritas. E esse, em especial, é um tema que sempre me fascinou: o totalitarismo e os governos de direita. As consequências desta época insana, que em certo sentido ainda não acabou, foram desastrosas em todos os sentidos.

Na verdade, houve sim um vencedor que, como de costume, não seria outro além do capitalismo que escraviza a todos nós...

terça-feira, 8 de março de 2011

8 de março

Para entender uma mulher
é preciso mais que deitar-se com ela…
Há de se ter mais sonhos e cartas na mesa
que se possa prever nossa vã pretensão…

Para possuir uma mulher
é preciso mais do que fazê-la sentir-se em êxtase
numa cama, em uma seda, com toda viril possibilidade… Há de se conseguir
fazê-la sorrir antes do próximo encontro

Para conhecer uma mulher, mais que em seu orgasmo, tem de ser mais que
amante perfeito…
Há de se ter o jeito certo ao sair, e
fazer da saudade e das lembranças, todo sorriso…

- O potente, o amante, o homem viril, são homens bons… bons homens de
abraços e passos firmes…
bons homens pra se contar histórias… Há, porém, o homem certo, de todo
instante: O de depois!

Para conquistar uma mulher,
mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade…
e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.

É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café… Há que ser mulher,
por um triz e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, mais que entendê-la,
mais que conhecê-la, mais que possuí-la,
é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, e também
ser possuído e, ainda assim, também ser viril…

Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la,
há de ser conquistado… todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser
amado!

"Mulher", Carlos Drummond de Andrade.



Neste Dia Internacional da Mulher, as verdadeiras felicitações são para todos os homens que tem a dádiva de conviver com a mais perfeita das criaturas, com a obra prima do Divino.

Parabéns por existirem e por tornarem cada dia da vida dos seus amigos, parceiros, companheiros, namorados ou maridos, dias melhores, por darem um sentido as nossas vidas, por serem motivo de tanta alegria.

sábado, 5 de março de 2011

Roots

Geralmente eu não exponho muitas fotos por aqui (até devo fazer isso mais vezes), mas achei que essas aqui mereciam um post.


Desde criança sou fascinado pelo modo como as coisas funcionam. Quando ganhava um brinquedo, muitas vezes achava mais interessante saber como ele funcionava do que brincar com o mesmo. A estrutura interna das coisas me garantiam horas de diversão. Não por acaso, cansei de desmontar as coisas - não apenas brinquedos, para minha infelicidade - e não conseguir montar de volta... Creio que o meu interesse por anatomia veio - também - daí.

Ao me deparar com essa árvore fiquei muito impressionado. Com as raízes totalmente expostas, era possível observar o que não se percebe, o que fica sob da terra, o que a sustenta. Incrivelmente, a árvore estava fincada nas rochas, sem nenhuma aparente presença de algo menos rígido, menos maciço, como nos solos em que geralmente as vemos.


Fiquei me perguntando quantas dezenas - talvez até centenas - de anos ela demorou para conseguir se fixar ali; em quanto tempo a natureza leva para fazer coisas tão perfeitas, tão belas; e, acima de tudo, quanto tempo o homem leva para destruir tudo isso.


Na natureza, tudo se encontra em perfeita harmonia. Não há nada de orgânico ou inorgânico isolado, que não se comunique com o ambiente em que se encontra. Tudo surge e desaparece acontece ao longo do tempo como algo natural, espontâneo e não agressivo.

A lei do mais forte, que é uma teoria para explicar a ação de predador/presa em seu habitat natural, é, a meu ver, apenas uma justificativa para a ação corrosiva da única espécie existente que destrói o seu meio e a si própria...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pensamento da semana

"O homem elabora seu potencial criador através do trabalho. É uma experiência vital. Nela o homem encontra sua humanidade ao realizar tarefas essenciais à vida humana e essencialmente humanas. A criação se desdobra no trabalho porquanto este trás em si a necessidade que gera as possíveis soluções criativas. Nem na arte existiria criatividade se não pudéssemos encarar o fazer artístico como trabalho, como um fazer intencional produtivo e necessário que amplia em nós a capacidade de viver. Retirando à arte o caráter de trabalho, ela é reduzida a algo supérfluo, enfeite talvez, porém, prescindível à existência humana."

Fayga Ostrower, em Criatividade e Processos de Criação.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Caryocar brasiliense

"Caryocar brasiliense", aquarela sobre
papel arches, 297 x 420 mm, 2011.

Ilustração científica do famoso fruto Caryocar brasiliense, da família Caryocaraceae, mais conhecido como pequi. Bom, para quem conhece, despensa comentários.

Mas para quem não conhece, vale dizer que ele é "ótimo" para a memória. A piada é velha, mas é realmente verdade. Diz-se que ele é bom para a memória porque quem o come passa o dia inteiro lembrando do gosto - e do cheiro também, claro.

Foi um dos trabalhos mais difíceis que já fiz. Não necessariamente por conta da dificuldade do desenho ou da pintura, mas por conta do cheiro que - para quem não gosta, como é o meu caso - é insuportável! Em ilustração científica, o ideal é sempre desenhar olhando para o modelo, e não apenas utilizando referência fotográfica. Logo, foram dois dias de desespero, ansiando como nunca o momento de terminar a prancha...

Seja como for, foi um mal necessário.

"Caryocar brasiliense" (detalhe).

E para quem nunca viu por dentro, detalhe ampliado do fruto. É sempre bom desejar muita atenção e cuidado para que os marinheiros de primeira viagem não o mordam, porque estes espinhos machucam um pouquinho. Minhas mãos que o digam...

"Caryocar brasiliense" (detalhe).

quarta-feira, 2 de março de 2011

Para não parar de desehar

Para não ficar sem desenhar onde quer que eu esteja, acabei fazendo esse caderninho companheiro no padrão A8, ou seja, mais ou menos 6x8 cm.


A proposta era fazer não apenas um caderno de desenho, mas algo que pudesse me acompanhar em qualquer lugar, para aproveitar cada momento. Nem sempre quando a vontade de desenhar aparece é possível realizá-la por conta da situação ou do lugar em que nos encontramos. Mas quando uma boa ideia surge, não se pode deixar de anotá-la para que ela não se perca.


Como o caderno é pequeno, geralmente o levo no bolso juntamente com uma lapiseira apenas. A borracha é desnecessária, já que, geralmente, neste tipo de desenho o tempo é curto e os detalhes não são tão importantes. O sketch acima, por exemplo, foi feito dentro de um ônibus em movimento, mais ou menos por 10 minutos.


Já estes outros dois foram feitos durante a prova do vestibular. Claro, não preciso dizer que eu estava "trabalhando" durante a prova, e não fazendo a mesma...


Acima, sketch ampliado do que foi feito dentro do ônibus e abaixo do que foi feito durante a prova, observando os candidatos naquela tarde quase sem fim...


Esta é uma ideia que indico a qualquer pessoa, não importa se são artistas ou não. Ajuda a organizar os pensamentos e, também, a passar o tempo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Em processo: Natureza Íntima 2 (Parte 1)

Processo de pintura da segunda tela da série Natureza Íntima (ainda em processo, mas faltando muito pouco para terminar).

Como sempre, um sketch rápido no moleskine para começar. Aqui foi bem rápido mesmo, tanto que o rosto não foi concluído e as proporções estão levemente irregulares. O essencial era fazer a parte interior do corpo com todas as estruturas e com as mesmas nos lugares certos.



Já transferido para a lona, com o fundo e a primeira metade do corpo pintada.



Começando a pintar o rosto e passando uma camada bem diluída de tinta no músculos.



Começando a pintar as vísceras, exagerando nos tons escuros para ficar mais interessante.



E, por fim, depois de pintar a primeira camada de tinta na parte dos músculos.



A tela atualmente está quase concluída, faltando apenas dar alguns retoques na região do rosto e do cabelo, além de mandar entelar, ou seja, colocar no chassi.
Em breve postarei o resultado final.