segunda-feira, 15 de junho de 2009

Para pisar na Arte?



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Depois de passar toda a disciplina de Desenho 3 discutindo sobre as galerias de arte e suas implicações, resolvi basear meu trabalho final em uma idéia diferente. O que se vê hoje no cenário da Arte é uma supervalorização das obras, chegando a quase uma personificação, um endeusamento das mesmas, de forma até incompreensível para a maioria das pessoas. E esse estado de êxtase se dá, muitas vezes, não apenas pela obra de arte em si, mas também, pelo local em que ela está exposta: na galeria.
A galeria tem esse enorme poder de modificar nossas idéias. Tenho a impressão de que há mais uma apreciação dela do que daquilo que se encontra nela, como se aquelas paredes brancas, mágicas, sublimes, tivessem o poder de decidir o que é ou não Arte. E foi justamente a partir desse problema que eu fiz esse trabalho, criticando algumas dessas questões e tentando desmistificar o esse espaço “sagrado”.
A idéia era fazer minha própria galeria, um lugar sem lugar fixo, onde eu pudesse ter uma interação artista/público diferente dos padrões já conhecidos. Por isso fiz essa galeria andante nos meus próprios pés, com suas “paredes” brancas como as tradicionais, mas sem a idéia de comércio e de arte para a eternidade. Nela ninguém entra, apenas vê tudo de fora. É um espaço onde o que está exposto ocupa tudo e nada simultaneamente.
Tudo nesse trabalho é contraditório. É preciso pedir licença para “entrar” nessa galeria sem portas, já que para ver o que está “exposto” eu preciso primeiramente arrancar suas “paredes” desamarrando o cadarço. Para ver as “obras” é preciso ir tirando meia por meia. Isso sem falar no risco que o espectador corre por conta do odor que pode vir desse ambiente insalubre (não posso me responsabilizar por nenhum dano sofrido...).
A escolha desse tema é uma tentativa de tirar a Arte deste patamar em que nós a colocamos. Não se trata de negar a existência de obras magníficas que tantos pintores, escultores, gravadores e desenhistas nos deixaram – e deixam – até hoje. É apenas uma tentativa de mostrar que cada um desses trabalhos foram feitos por pessoas “normais” como cada um de nós. De fato, arte não é tudo o que se diz por aí. No entanto, considerar que ela é apenas o que se encontra nos grandes museus e galerias e cair no mesmo erro anterior.



6 comentários:

  1. Cérebro da cabeça aos pés...
    é por isso q te amo tanto!

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  2. Seu blog ta arrasando, Netinho!!!
    Júlia

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  3. quero ver isso de perto depois.

    p/

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  4. q fera netinho! não conhecia esse seu trabalho. parabéns, ficou mto interessante :D

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  5. Caraca, que massa essas meias!

    Tenho que dar uma passada aí pra ver as novidades.

    Um abração!

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